Cinema ecoterritorial, memória e extrativismo na Amazônia equatoriana

Autores

Baixar

Resumo

Em resposta à política extrativista promovida pelo Estado, surgiram na Amazônia equatoriana iniciativas audiovisuais orientadas para a defesa da memória, do território e da vida. Este texto apresenta o conceito de cinema ecoterritorial, uma prática colaborativa onde os direitos indígenas se entrelaçam com os direitos da natureza, utilizando uma estética e linguagem próprias. O trabalho adota uma abordagem interdisciplinar, integrando estudos das práticas audiovisuais indígenas, memória e crítica ao extrativismo desde a América Latina. A análise baseia-se no documentário Allpamanda (2023), co-produzido pelo coletivo de cinema Tawna e a CONFENIAE, selecionado como caso emblemático por ser a produção cinematográfica amazônica mais elaborada até o momento. O documentário envolve várias nacionalidades indígenas, cineastas e líderes indígenas em um esforço de autorrepresentação que busca criar um legado audiovisual para as futuras gerações.

Palavras-chave:

Audiovisual, indígenas, memória, extrativismo, Amazônia.

Biografia do Autor

Yadis Vanegas-Toala, Universidad Polítecnica Salesiana, Quito, Ecuador

Doutora em Comunicação pela Universidade Pompeu Fabra (UPF, Barcelona-Espanha), bolsista da Fundação Carolina. Mestre em Estudos da Cultura pela Universidade Andina Simón Bolívar, sede Equador (UASB-E) e Comunicadora pela Pontifícia Universidade Católica do Equador (PUCE). Sua pesquisa de doutorado investigou as práticas comunicacionais emergentes surgidas dos movimentos sociais em defesa ecoterritorial na Amazônia equatoriana e recebeu o prêmio de “Melhor Tese de Doutorado em Bem-Estar Planetário 2022”. Desde 2010, é professora e pesquisadora no Curso de Comunicação da Universidade Politécnica Salesiana (Quito, Equador) e, atualmente, coordena o grupo de pesquisa em “Comunicação e Direitos”. Suas linhas de pesquisa cruzam estudos de comunicação, movimentos sociais, ecologia política crítica e feminismos do Sul. Escreveu diversos capítulos de livros e artigos científicos, entre os quais se destacam: “Cinema Ecoterritorial: um Processo Comunitário Intercultural, Translocal e Expandido” (2023); “Etsa-Nantu/Câmera Shuar: práticas audiovisuais a partir da ecoterritorialidade e do biocentrismo” (2021); e “Tecnopolítica, ação conectiva e ativismo convergente: práticas comunicacionais emergentes de lutas ecosociais” (2019). É membro do grupo de trabalho Comunicação, Culturas e Política do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO).

Christian León, Universidad Andina Simón Bolívar, Quito, Ecuador

Docente, pesquisador e crítico cultural. Doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Buenos Aires (UBA) e Mestre em Estudos da Cultura com ênfase em Comunicação pela Universidade Andina Simón Bolívar, sede Equador (UASB-E). Suas linhas de pesquisa incluem visualidade, colonialidade e etnicidade; arte contemporânea e diferença cultural; mídia, memória e cultura popular. É autor dos seguintes livros: A Pulsão Documental: Audiovisual, Subjetividade e Memória (2022), O Ofício do Olhar: A Crítica e Seus Dilemas na Era Pós-Cinema (2021), O Museu Transbordante: Debates Contemporâneos sobre Musealidade (2015), Reinventando o Outro: Documentário Indigenista no Equador (2010), Equador Subterrâneo: Videografias em Circulação Paralela (2009) e O Cinema da Marginalidade: Realismo Sujo e Violência Urbana (2005). É professor convidado em vários programas de pós-graduação em universidades da América Latina. Atualmente, atua como Diretor da Área de Comunicação e como professor-pesquisador na Universidade Andina Simón Bolívar (UASB).

Referências

Acosta, A. (2016). Aporte al debate: El extractivismo como categoría de saqueo y devastación. Forum for Inter-American Research, 9(2), 25–33.

Acosta, A., & Brand, U. (2017). Salidas del laberinto capitalista. Decrecimiento y postextractivismo. Fundación Rosa Luxemburg.

Acosta, A. M. (2020). Comunicación, poder e interculturalidad en la Amazonía sur. Universidad Andina Simón Bolívar.

Aprea, G. (2015). Documental, testimonios y memorias. Miradas sobre el pasado militante. Ediciones Manantial.

Cajigas-Rotundo, J. C. (2007). La biocolonialidad del poder: Amazonía, biodiversidad y ecocapitalismo. En S. Castro-Gómez & R. Grosfoguel (Eds.), El giro decolonial. Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global (pp. 169–194). Siglo del Hombre Editores; Universidad Central; Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos; Pontificia Universidad Javeriana; Instituto Pensar.

Casetti, F., & Di Chio, F. (2003). Cómo analizar un filme. Paidós.

Castro, A., & Prádanos, L. (2023). Retos estéticos del postdesarrollo: Imaginarios no extractivos y futuros postfósiles en medios culturales andinos. En G. Muller & B. Loy (Eds.), Post-Global Aesthetics: 21st Century Latin American Literatures and Cultures (pp. 149–167). De Gruyter.

Córdova, A. (2011). Estéticas enraizadas: Aproximaciones al video indígena en América Latina. Comunicación y Medios, 24, 81–107. https://doi.org/10.5354/rcm.v0i24.19895

Enríquez, J. (2023). Rikuna: Autorrepresentaciones de pueblos indígenas Kichwa en el documental ecuatoriano contemporáneo. La Cifra Impar. Revista de Estudios de Audiovisuales, 3, 8–31.

Escobar, A. (2012). Una minga para el postdesarrollo: Lugar, medio ambiente y movimientos sociales en las transformaciones globales. Ediciones Desde Abajo.

Escobar, A. (2014). Sentipensar con la tierra: Nueve lecturas sobre desarrollo, territorio y diferencia. Ediciones Unaula.

Galán Zarzuelo, M. (2012). Cine militante y videoactivismo: Los discursos audiovisuales de los movimientos sociales. Editorial Atrapasueños.

Gómez-Barris, M. (2017). The extractive zone: Social ecologies and decolonial perspectives. Duke University Press.

González, J. C. (2022). Visualidades y memoria: Hacia un archivo audiovisual de las luchas socioambientales. Conexión, 11, 149–169.

Jelin, E. (2012). Los trabajos de la memoria (2a ed.). Instituto de Estudios Peruanos.

León, C. (2010). Reinventando al otro: El documental indigenista en Ecuador. La Caracola.

León, C. (2017). Hacia una re-conceptualización de las prácticas audiovisuales indígenas. En P. Restrepo, J. C. Valencia, & C. Maldonado (Eds.), Comunicación y sociedades en movimiento: La revolución sí está sucediendo (pp. 61–87). CIESPAL.

León, C. (2023). Indigenous audiovisual practices, post-national discourses and poetics of the small. En D. Coryat, C. León, & N. Zweig (Eds.), Small cinemas of the Andes: New aesthetics, practices and platforms (pp. 91–114). Palgrave Macmillan. https://doi.org/10.1007/978-3-031-32018-7_5

Leone, M. (2013). Memoria y pueblos indígenas: Posibilidades y limitaciones de un enfoque. Prácticas de Oficio. Investigación y Reflexión en Ciencias Sociales, 11-12, 11–25.

Magallanes, C. (2016). Hablando de nuestra madre: Videos indígenas sobre la naturaleza y el medio ambiente. En C. Magallanes-Blanco & J. M. Ramos Rodríguez (Eds.), Miradas propias: Pueblos indígenas, comunicación y medios en la sociedad global (pp. XX–XX). Ediciones CIESPAL.

Marcus, G. (2001). Etnografía en/del sistema mundo: El surgimiento de la etnografía multilocal. Alteridades, 11, 111–127.

Martín-Barbero, J. (2017). Visibilidad(es) y visualidad(es). En J. Martín-Barbero & S. Corona (Eds.), Ver con los otros: Comunicación intercultural (pp. 44–65). Fondo de Cultura Económica.

Mora, P. (2012). Poéticas de la resistencia: El video indígena en Colombia. Cinemateca Distrital.

Mora, P. (2018). Máquinas de visión y espíritu de indios: Seis ensayos de antropología visual. Instituto Distrital de las Artes - Idartes.

Romero, K. (2011). El cine de los otros: La representación de “lo indígena” en el cine documental ecuatoriano. Abya-Yala/FLACSO.

Svampa, M. (2011). Extractivismo neodesarrollista y movimientos sociales: ¿Un giro ecoterritorial hacia nuevas alternativas? En M. Lang & D. Mokrani (Eds.), Más allá del desarrollo (pp. 185–217). Fundación Rosa Luxemburg/Abya-Yala.

Svampa, M. (2019). Las fronteras del neoextractivismo en América Latina: Conflictos socioambientales, giro ecoterritorial y nuevas dependencias. Calas Maria Sibylla Merian Center.

Vanegas-Toala, Y. V. (2020). Comunicación y el giro ecoterritorial en red campo-ciudad. En N. Medranda-Morales & N. Valbuena-Bedoya (Eds.), Comunicación y ciudad: Lenguajes, actores y relatos (pp. 123–142). Abya-Yala. Recuperado de https://books.scielo.org/id/9jbn9/pdf/medranda-9789978105702.pdf#page=125

Vanegas-Toala, Y. V. (2021). Etsa-Nantu / Cámara Shuar: Prácticas audiovisuales desde la ecoterritorialidad y el biocentrismo. Cuadernos de Música, Artes Visuales y Artes Escénicas, 16(2), 76–95. https://doi.org/10.11144/javeriana.mavae16-2.encs

Vanegas-Toala, Y. V. (2023). Eco-Territorial Cinema: An intercultural, translocal, and expanded community process. En D. Coryat, C. León, & N. Zweig (Eds.), Small cinemas of the Andes: New aesthetics, practices and platforms (pp. 197–217). Palgrave Macmillan. https://doi.org/10.1007/978-3-031-32018-7_10